Doe 5.

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sexta-feira, 3 de julho de 2020

De Segunda a Segunda

De Segunda a Segunda

Ai que saudade que tenho,

Do doce de goiaba de minha avó,

Da panela suja de sugo,

Que somente meus dedos lambiam.

A vida prossegue,

A batata doce da outra avó,

Comia devagar de tanta dá.

Ninguém sabe fazer aquela batata.

Nossa os dias passam.

O gosto jamais volta,

Os dias prosseguem.

E chegam as segundas.

Segundas se repetem.

Mas a vida não volta.

As segundas são segundas.

E ninguém gosta delas.

Eu queria outra segunda,

Pra comer aqueles doces.

Pra jogar conversa afiada.

Pra abraçar as minhas avós.

 

Nilceia Gazzola

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