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sexta-feira, 3 de julho de 2020

Fadas vestem Branco

Fadas vestem branco

 

Naquele dia, em que tudo parecia estar dando certo, Ana, como muitas Anas sairá para trabalhar, estava andando pela rua, com seus longos cabelos castanhos encaracolados soltos ao vento, na sua flor da idade 35 anos, com um olhar belíssimo de olhos amendoados e castanhos, um instante e a descoberta de que fadas existem.

Uma mulher belíssima, porém sofrida com o destino, vivia uma lida que as pessoas nem imaginavam, sofria horrores que eu como sua fada posso lembrar o que eu via, porém agora outra coisa vou contar.

Assim tudo começou pelo começo é claro.

Não se sabe o que sentiu, Ana caiu naquela calçada, e de repente estava lá, em uma cama de hospital, acordará não se sabe o tempo, mas acordará ali, rodeada de gente uniformizada.

Aquilo tinha tudo para ser pesadelo!...

Tentava mexer-se e não conseguia, ouvia as pessoas a sua volta, porém não falava e nem se mexia, sem movimentos de suas pernas, braços, pescoço, mas seus olhos abertos mostravam o medo. Estava paralisada.

Paralisada por um medo, uma incerteza, um receio do que estava acontecendo a sua volta.

Entretanto, estava lúcida; lembrava que havia levantado bem cedo, tratado o gato, varrido a frente da casa, colocado o lixo na lixeira da rua, tomado um banho, trocado de roupa, deu um beijo em sua mãe, pegou a bolsa e saído para trabalhar, lembrava de detalhes.

Apenas uma tontura acontecerá, mas pensava ser do calor que fazia naquela manhã, de terça feira.

Olá, eu sei de tudo que Ana estava pensando, porque posso ouvir além da fala, e pude escrever no meu diário o dia que descobri que eu existia como fada, acho que já comecei embaralhar a história, sempre faço isto, deixo as pessoas tontas, voltando ao assunto.

Assim, ali na cama do hospital uma suave voz comunica: Vamos fazer alguns exames, e desta forma tiraremos um pouco se sangue para determinar as causas deste seu desmaio, os médicos plantonistas já fizeram outros exames que estarão em poucas horas prontos, estamos fazendo esta rotina, porque na sua família há histórico de doenças renais, sua ma~e sempre está aqui conosco.

Ah! Naquela instante, lembrou que as Fadas poderiam sim existir, porque quando abriu os olhos, apenas à enfermeira de roupa branca viu, e a vista estava turva, vendo uma fumaça ou nevoa, então, por trabalhar anos vendendo livros infantis, lembrou de como as fadas aparecem nas horas que mais precisamos.

Esqueci de contas, fadas só existem para quem crê nelas, e se sou a fada de Ana é porque ela acredita em mim.

Ana amava viajar nas historias, e com tamanha devoção ao acreditar uma fada veio a lhe auxiliar aquele dia, nossa meu coração de fada pulsou sem parar, as estrelas da minha varinha faiscavam de tanta felicidade, Ana acreditava em mim.

Ela continuava ali, deitadinha, imóvel, e aos poucos ia recuperando os movimentos no corpo, mas com muito medo de tentar falar e não conseguir, ou de tentar andar e não andar, nossa... mil e muitas doenças passaram pela cabeça avoada de Ana, até que ela resolveu preencher sua cabeça com coisas interessantes, em que quase ninguém pensaria, mas que captei tudo.

Não sei por que, mais começou a imaginar a diferença de diálise e hemodiálise para passar o tempo, tudo porque sua mãe tem diabetes, entendeu nas explicações de uma fita de certa vez que assistiu que: diálise é quando se faz um processo artificial que retira, por filtros, todas as impurezas do sangue, para fazer isso se usa uma membrana filtrante de um rim artificial, meio complicado, mas pode-se fazer quinzenalmente, ou em período definido pelo medico, porém a hemodiálise é a mesma coisa mais tem que ser feito diariamente, minha cabeça trocou, Hemodiálise tem período definido, e diálise como a palavra fala deve ser feita todo dia, tudo com equipamento correto e esterilizado.

Xiiiiiiiiiii... acabou de passar uma retrospectiva da vida, nos pensamentos avoados de Ana, quando se deparou com a realidade.

Assim a mãe de Ana estava em casa fazendo tratamento de diabetes e só tinha a ela, Dona Maria faz hemodiálise, depois de conseguir definir os tratamentos de diabetes, creio que estava boa, tinha que sair dali logo, porque a querida irmã Joana estava morando no exterior Paraguai, e a mãe precisava dela.

Essa realidade tinha alguém para que cuidasse, ela não poderia estar ali, naquele instante, o mundo começou a girar e girar, e seu estava lá presenciando tudo.

Foi quando, uma enfermeira entrou no quarto e disse: Tudo bem, se trata de uma gravidez, mas se fizer um devido acompanhamento, terá uma gestação perfeita. Ah! Fadas existem, elas sempre dão noticias ótimas, a voz de Ana voltou, porque parecia um medo de viver, e agora um êxtase em continuar vivendo.

Nossa, minhas asas estavam cansadas de tanto sobrevoar Ana, não tive descanso aquele dia, por isso não esqueço dos detalhes.

Meu Deus!

Passou um turbilhão de coisas na cabeça dela, viúva a cerca de seis dias, marido assassinado, se é que se pode chamar aquele monstro de marido, ficava o dia todo na rua, tinha mais duas mulheres, não trabalhava e só vinha em casa para dormir, e uma vez falou de separação, foi espancada e não pode nem ir a policia denunciar, porque morava na casa de mamãe Dona Maria que estava doente, diabética, e agora poderá dar a oportunidade à mãe de ser vovó, tudo porque diabete mata, mas se fizer tratamento sobrevivem-se.

Sim, fadas sem asas, porém como toda historia de fadas tem um ser maligno, mais essa não tem, pensarei eu que tudo tão estava certo, quando descobri que Ana tinha uma transcendental vida cheias de surpresas para eu cuidar. Tendo alta e saindo do quarto em que estava internada, tudo acontecerá em onze horas, algo tocou Ana a sair pela porta lateral, para não dizer que fui eu sussurrando para Ana: aquela porta, aquela porta, e foi ali que Deus provou sua existência, e eu descansei minhas asas um pouco, valeu ter ficado bem pertinho, Ana caminhava o corredor e dirigia-se a porta de saída.

Parece um sonho, mas grávida, na saída de um hospital descabelada, sem nenhuma beleza aparente, encontrou o príncipe encantado, sei lá, um homem belo, de branco, entrará e olhará nos olhos de Ana, ao passar por mim, ele não me viu, mas viu Ana, pensei, imaginei e sonhei, porém ao descer a primeira escada, ela sentiu uma mão segurar seu braço, e olhou rapidamente para trás, sentindo uma pulsação incontrolável no coração. Eu estava lá e vi tudo.

Esse Homem falou o nome, Você é Ana?

E ela respondeu: Sim!

Ele novamente: Lembra de mim?

Ela disse: Não estou lembrada!

Ele relatou: Quando sua mãe Dona Maria teve a primeira crise de diabetes no ano passado, você entrou pela aquela porta apavorada, e eu não me esqueci, sempre lembro do desespero que tinha e gritava para que eu Antonio a salvasse.

Ana respondeu: É agora estou lembrada do Doutor.

Sua mãe faz acompanhamento semanal comigo, e me falou da morte de seu marido, desculpe falar mais fiquei feliz, porque agora tenho chances.

Assim, trocaram telefones, e Ana se foi para repousar e trazer sua mãe para mais uma hemodiálise.

Para quem não acredita em fadas, elas vestem branco, porque eu estava de branco, sobrevoando a historia, vendo detalhes e anotando em um caderninho, porque assim como anjos, todos têm fadas a nossa volta, acredite um dia sua fada vai contar uma historia sua.

  Nilceia Gazzola


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