Ato de Começar

Ato de Começar

Quando dizem que de olhos abertos: Eu sou seu começo.

Sempre alguém entende: Que és seu fim.

Se para tudo na vida existe tal preço.

Lembro-me de quando zombares de mim.

Quando começo o dia em perfeita sintonia.

Entendo porque por poucas coisas a gente ria.

Por entremeio de minha idade e desta idolatria.

As noites com você nunca foram vazia.

Quando começo a contar aquelas historias.

Recordo-me bem de todas as trajetórias.

De momentos de tristezas e de glorias.

Amigos e inimigos que se tornaram a escoria.

Quando começo há pensar um pouco.

Vejo que meus versos nunca foram por um troco.

Escrevo e aos poucos acham que sou velho e louco.

Muitos pensam que sou apenas uma voz de roco.

Quando começo já sei ode expressar o achar.

De modos de falar e se apresentar.

E quando de saia chego com cabelos avoar.

Espantam-se e duvidam do meu talentar.

E assim uma poetisa escreve como homem.

E vive intensamente a ser mulher.

Nilceia Gazzola